Cientistas estimam que provavelmente será anunciada a descoberta de um exoplaneta habitável até maio de 2011

Os cientistas Samuel Arbesman e Gregory Laughlin afirmam, em recente estudo, que se o ritmo de descoberta de exoplanetas extrasolares continuar nos níveis atuais, o primeiro exoplaneta similar a Terra deverá ser anunciado até maio de 2011.


Visões do Futuro

Sabemos que a velocidade da evolução científica é um componente difícil de se medir. Excepcionalmente, há circunstâncias em que os dados são inequívocos e fáceis de serem coletados, gerando uma tendência. Nestes casos, os futurólogos trabalham as informações, extrapolando e prevendo a forma como as coisas acontecerão.


Até meados de 1965 não havia nenhuma previsão real sobre o futuro do hardware, quando o então presidente da Intel, Gordon E. Moore fez sua profecia, na qual o número de transistores dos chips teria um aumento de 100%, pelo mesmo custo, a cada período de 18 meses. Essa profecia tornou-se realidade e acabou ganhando o nome de Lei de Moore. Esta serve de parâmetro para uma elevada gama de dispositivos digitais além de CPUs, na verdade, qualquer chip está ligado a lei de Moore, até mesmo CCD de câmeras fotográficas digitais. Esse padrão continuou a se manter até hoje, e não se espera que pare até, no mínimo, 2015.

Um dos exemplos mais famosos é a Lei de Moore, que prevê que a densidade dos transistores nos circuitos integrados duplica mais ou menos a cada dois anos. Esta tendência tem sido verificada desde 1970 e acredita-se que se estenderá firme até 2020.
No início de setembro, foi apresentado outro conjunto de dados históricos que torna possível uma nova e destemida previsão acerca do futuro. Samuel Arbesman da Escola de Medicina de Harvard em Boston (EUA) e Gregory Laughlin da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz (EUA) demonstram que os astrônomos têm descoberto planetas extrasolares a um ritmo cada vez maior desde 1995.

As descobertas têm seguido um padrão bem conhecido: os primeiros exoplanetas descobertos eram necessariamente massivos, muitas vezes a massa de Júpiter, sendo por causa disto bem mais fáceis de serem detectados. Ao longo dos anos, as técnicas de detecção evoluíram e os astrônomos têm descobertos exoplanetas cada vez menores, alguns mundos com algumas vezes a massa da Terra.

Existem fatores adicionais a levar em conta para que o exoplaneta seja habitável. Por exemplo: é desejável que a temperatura na sua superfície seja compatível para suportar água líquida para que a vida (como nós a conhecemos) possa se desenvolver. Estas restrições dependem, logicamente, do tamanho da estrela, da distância orbital do exoplaneta e das condições ambientais presentes em sua superfície, tais como o efeito estufa, entre outras.

Os astrônomos já encontraram gigantes gasosos super-quentes e bolas de neve como geladas como Netuno. Nota-se também aqui a tendência contínua na direção da descoberta de um exoplaneta similar a Terra em zona habitável (há quem afirme que Gliese 581 d cai nesta categoria, embora seja uma Super-Terra).

Não há controvérsia entre os astrônomos acerca da probabilidade da ocorrência de uma descoberta de um exoplaneta tipo-Terra. A única questão é quem irá descobrí-lo e quando.


Com isto em mente, Arbesman e Laughlin trabalharam os dados estatísticos e fizeram projeções para prever o quando ocorrerá a primeira descoberta de um exoplaneta tipo-Terra. Os resultados têm uma distribuição larga em termos temporais, uma probabilidade de 66% para descoberta de outra Terra em 2013, 75% em 2020 e 95% em 2264.

Entretanto, os cientistas afirmam que a média da data da descoberta (probabilidade 50%) é já no mês de maio de 2011, a qual, por várias razões, é a data que realçam no seu artigo.

Afirmações corajosas

É inegável que se trata de uma previsão corajosa. A maior equipe na caça exoplanetária é a que está por trás do telescópio espacial Kepler, lançado em março de 2010 especificamente para encontrar exoplanetas extrasolares. O time do Kepler anunciou os seus primeiros dados em junho que estão atualmente sob criteriosa análise. A equipe estima que o primeiro conjunto de candidatos exoplanetários será anunciado em fevereiro de 2011.

Muitos astrônomos esperam que dentro deste conjunto estudado pelo time do Kepler esteja um exoplaneta habitável tipo-Terra. Mas segundo Arbesman e Laughlin, talvez tenhamos que esperar um pouco mais. “Devido ao limitado tempo-base da missão, os candidatos a exoplaneta descobertos pelo Kepler a serem anunciados em fevereiro de 2011 devem ser demasiado quentes para suportar valores significativos do índice H (a sua unidade de medida da habitabilidade),” afirmaram.

O que significa que talvez não será esta a equipe que irá ganhar o prêmio! Não devemos nos esquecer dos demais caçadores de exoplanetas. Várias novas técnicas tornaram os telescópios terrestres quase tão sensíveis como o Kepler e outras equipes certamente estão à beira de descobrir uma Terra versão 2.0.

A importância de tal descoberta é difícil de subestimar. A idéia de uma Terra 2.0 em órbita de outra estrela poderá ter um impacto significativo na psique global e providenciar o foco para um esforço internacional de caracterizar este lugar. Vamos querer saber mais. Quem quer que faça o anúncio tornar-se-á certamente um cientista bem conhecido em nível global.

E tudo isto poderá acontecer até maio de 2011, pelo menos de acordo com Arbesman e Laughlin.

Fonte:
http://eternosaprendizes.com

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